FenaSaúde discute informação e APS em fórum

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Dois temas dominaram os debates no 4º Fórum da Saúde Suplementar: informação e atenção primária à saúde (APS). O evento foi organizado pela FenaSaúde | Foto: Divulgação

Nos dois dias de debates, a atenção primária à saúde (APS) e o compartilhamento de prontuários médicos foram destaques no fórum organizado pela FenaSaúde

Dois temas dominaram os debates no 4º Fórum da Saúde Suplementar: informação e atenção primária à saúde (APS). O evento foi organizado pela Federação Nacional da Saúde Suplementar (FenaSaúde), e realizado nos dias 22 e 23 de outubro, no Rio de Janeiro.

Quanto à informação, as questões levantadas foram sobre os prontuários médicos dos pacientes – como usar as informações deles para benefício do médico, paciente, operadora e prestadoras e como fazer a governança dos dados.

Henrique von Atzingen do Amaral, líder do ThinkLab na IBM Brasil e professor de inovação na pós-graduação da ESPM, a quem coube a palestra “O impacto das novas tecnologias da saúde na vida das pessoas”, destacou que o cidadão “aceita compartilhar as informações pessoais desde que isso reverta em soluções para seus problemas”.

Acrescentou que as empresas de saúde, ao se apoderarem dos dados dos seus clientes, devem ter precaução no compartilhamento das informações, principalmente se forem utilizadas para propagandas que eles podem considerar irrelevantes.  “A receita para não errar é oferecer conveniência, relevância, segurança e controle. Na saúde, os dados são do usuário e este deve ter o controle de acessos e fornecimento das informações”, afirmou o especialista.

O compartilhamento de dados de saúde já é uma realidade na Bradesco Seguro. Fávlio Bittter, diretor-gerente da empresa e vice-presidente da FenaSaúde, um dos participantes do painel, destacou a iniciativa da rede de médicos que vem solicitando a autorização aos pacientes no compartilhamento do seu prontuário eletrônico. “Se se deixar bem claro aos pacientes quais são os benefícios e os propósitos do compartilhamento,  eles dão o aceite.”  Bitter acrescentou que a integração dos sistemas são iniciativas isoladas, e é necessário criar um fluxo, mas que isso só vai ocorrer quando as empresas de saúde, juntas, passarem a discutir governança e ética.

Governança e ética também estiveram presentes na fala de Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Para ela, o ideal seria um prontuário eletrônico interligado e acessível a todos os que integram a cadeia de saúde. Para tanto, pontuou, “é imprescindível a legislação, para que haja transparência e clareza na utilização dos dados.”

FenaSaúde traz palestra internacional

A integração de serviços de atendimentos de procedimentos e prontuários também foi destaque na palestra de Robert Pearl, diretor executivo e CEO do The Permanente Medical Group e professor de medicina e administração em saúde da Universidade de Stanford.

Com o título de “Os dilemas da assistência à saúde no mundo”, Pearl destacou que os problemas do Brasil no setor de saúde pouco diferem dos de outros países. Para ele, quatro pilares, se colocados em prática, reverteriam as dificuldades do setor.

O primeiro é a integração de serviços de atendimentos de procedimentos e prontuários. O segundo é buscar mudanças na forma de remuneração, abolindo o fee for service (pagamento por serviço).  Deve-se ainda ter um olhar especial para o uso da tecnologia e para o preparo do profissional. Finalmente, o quarto pilar, é a educação. O setor deveria investir em intercâmbio entre faculdades de medicina e administração, propiciando a formação de líderes médicos que atuem não só na doença ou no tratamento dela, mas na gestão do sistema sob um olhar global.

FenaSaúde discute APS

“Como fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS) nos planos de saúde” foi um dos painéis do 4º Fórum da Saúde Suplementar da FenaSaúde. Os debates foram abertos com a palestra de Lewis Sandy, vice-presidente sênior da UnitedHealth Group, que apresentou a experiência norte-americana sobre o tema.

Para o executivo, o cuidado primário da saúde (APS) deve estar em mãos do médico de família, generalistas, que devem ser procurados pelos pacientes em caso de problemas. Isso evitaria recorrer a prontos socorros, que muitas vezes é desnecessário. “Para que o modelo de Atenção Primária à Saúde seja aprovado pela sociedade é importante que o paciente experimente. Ele não pode ser fragmentado, o que causará frustração e levará o paciente para a emergência.”

No Brasil, as faculdades ainda não incluíram a APS nos currículos, chamou a atenção Gustavo Gusso, professor da Universidade de São Paulo (USP) e empreendedor na área da Atenção Primária. A falta de profissionais capacitados é a maior dificuldade para as operadoras de saúde adotarem o modelo APS. Ele próprio, para ter formação na área, teve de ir para o exterior. “O modelo de APS no Brasil ainda é focado na pobreza, na doença crônica e na prevenção em decorrência do sistema adotado pelo SUS. Este conceito precisa ser alterado.”

Abertura do fórum da FenaSaúde

Já na abertura do fórum, Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde, replicou a missão da Federação, que é de “disseminar informação qualificada para que empresas e consumidores possam tomar decisões acertadas e exercer com segurança seu poder de escolha”.

Ela destacou neste sentido o lançamento da publicação “Desafios da Saúde Suplementar 2019”, no qual a entidade defende 11 medidas para fortalecer o setor: Atenção Primária à Saúde (APS); Regulação dos prestadores e fornecedores; Novas regras de reajuste dos planos individuais; Mudanças das regras para a incorporação de novas tecnologias; Combate às fraudes – tipificação de crimes; Mudança do modelo de remuneração; Análise de Impacto Regulatório (AIR) e de revisões sistemáticas de regras (ex-posts); Governança regulatória (Consu); Admissão de hospitais públicos na rede credenciada; Admissão de hospitais públicos na rede credenciada; Mecanismos financeiros de regulação – coparticipação e franquia.

A executiva da FenaSaúde apresentou alguns números aos participantes. Em 2017, foram movimentados em receitas pela saúde suplementar cerca de R$ 180 bilhões, representando 2,7% do PIB. Do total, R$ 150 bilhões foram destinados ao pagamento de mais de 1,5 bilhão de procedimentos médicos e odontológicos.

Chamou a atenção para os desperdícios com procedimentos desnecessários, o que enseja um diálogo inclusivo para que se possa construir um segmento saudável.

Angela Crespo

 

 

 

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